segunda-feira, 14 de setembro de 2015


Este artigo NÃO é meu. Mas como eu gostei muito e tem tudo a ver com nosso blog e nossos assuntos, resolvi reproduzir aqui citando, é claro, o autor, que é uma referência pra mim em termos de análise de negócios.

De onde veio a análise de negócios e da informação?

Paulo Vasconcellos
Um dia existiram os analistas de organização e métodos - O&M. Íntimos da alta direção, esses profissionais deveriam garantir boa distribuição de recursos e total padronização dos métodos de trabalho. Desenhando processos, políticas, leiautes de instalações e formulários, os analistas de O&M demonstravam toda a sua força.
Sabiam indicar, por exemplo, a posição de cada mínimo equipamento e cada surrada mesa de trabalho. E não havia uma desimportante comunicação interna que não fosse balizada por seus completos formulários (com quatro cópias carbonadas).
Não demorou para que aquele instrumento de integração e padronização virasse o motivador de entreveros mil. Nada a ver com má fé, incompetência, corrupção ou males afins. O fato é que ninguém gosta de árbitros e fiscais. Muito menos uma categoria que surgia batizada por Peter Drucker como os trabalhadores do conhecimento.
Há mais ou menos trinta anos tinha início uma grande revolução. Os computadores ficaram menores e mais acessíveis. Invadiram as empresas trazendo consigo novos profissionais, dentre eles o analista de sistemas. Não parece ser coincidência que o surgimento deste e a proliferação de novos fiscais - os sistemas de informação - tenha se dado na época em que os analistas de O&M foram extintos.
Chegam os anos 1990, a década das grandes promessas: downsizing, reengenharia, arquitetura cliente-servidor, interfaces gráficas, RAD, case, DBA’s, gerentes de projetos, analistas-programadores... Analistas-programadores? Pois é, alguma coisa não ia bem no mundo da análise de sistemas. Pode ter sido aanalysis-paralysis, doença que vitimou diversos projetos. Os analistas não conseguiam sair de um ciclo de entrevistas, modelos, brigas e mais entrevistas. Seriam os recém-chegados gerentes e DBA’s os hospedeiros originais daquele vírus?
Não importa. O fato é que os analistas de sistemas ganharam nova atribuição: codificar. Deveriam construir aquilo que projetavam. A ideia não era tão má. E os novos conceitos e ferramentinhas - RAD, case - davam a motivação necessária.
A academia também comprou a ideia dos "analistas-programadores". Gradativamente, impregnou os currículos de analistas e afins com incontáveis disciplinas técnicas em detrimento daquelas que ensinavam a entender pessoas e negócios. As escolas ignoraram por completo alertas como o de Tom DeMarco e Timothy Lister: "Nosso negócio é muito mais sociológico do que tecnológico, é mais dependente de nossas habilidades para conversar com pessoas do que das habilidades para conversar com máquinas" (Peopleware, McGraw-Hill, 1987).
Internet, telefonia celular, ERP, CRM, PLC, EAI, SOA... A virada do século chegou repleta de novidades tecnológicas. Impulsionado por elas, pela globalização e outras mudanças, o mundo dos negócios se tornou mais dinâmico e instável. Mas é hora de uma pausa e um retorno no tempo, mais precisamente para 1992. Neste ano, o Prof. Roberto Saviani publicava pela Atlas um livro chamado "O Analista de Negócios e da Informação". Um pequeno trecho: "(...) o mercado passou, desde o início da década de 80, a buscar um profissional que, utilizando a tecnologia de informação, pudesse apoiar a empresa em seus negócios, em sua forma de competitividade e tivesse uma visão muito mais ampla que somente a hermética área de Informática: o Analista de Negócios e da Informação."
Se o mercado realmente começou sua busca no início dos anos 1980, então ele demorou uns 30 anos para encontrar. Foi apenas nos idos de 2005/2007 que surgiram, no Brasil e lá fora, as primeiras vagas para analistas de negócios. Em algumas organizações, infelizmente, o analista de negócios ainda é visto como um "tirador de pedidos" - o profissional que ouve clientes e usuários e "anota" tudo o que ele precisa.
Outras, mais atentas, entendem que o analista de negócios chegou para apoiar os processos de descoberta e desenvolvimento de soluções. Quando essas soluções passam por TI, são esses profissionais que reforçam a noção de que o trabalho ali é "mais sociológico do que tecnológico", tem mais a ver com gente do que com máquinas.  cuidando dos diversos relacionamentos, gerenciando expectativas e, principalmente, se mostrando sinceramente comprometido com a solução de um problema que o analista de negócios realiza sua função.

http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1555

Paulo Vasconcellos
Consultor, palestrante e articulista, com mais de 20 anos de experiência em projetos de desenvolvimento de sistemas, liderou projetos para empresas como Liberty Seguros, Lojas Riachuelo, Renault do Brasil, O Boticário, Marítima Seguros, dentre outras.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Analista e o RH

Por Neiva Nessi.

Bom, daí você era analista de alguma coisa e essa era a sua  especialidade, mas pela má sorte ou qualquer outra coisa você foi promovido ao mercado de trabalho. Sim,  isso mesmo, demitido.
No início,  você comemora a liberdade, sai para beber com os amigos e aproveita para dormir até mais tarde, mas depois termina a grana da indenização e você sabe que é a hora de procurar outro emprego. E é aí que a confusão começa.
Você era analista de quê mesmo? Ah sim, analista de sistemas... desculpe, mas nessa empresa nossa vaga é para analista de testes. Mas porque diabos a descrição da vaga era "Analista de T.I. Sênior"? (Ah, sim, esse tema com certeza terá um novo artigo!)
Você já se viu em alguma situação parecida? Sim, talvez, não, com certeza. A verdade éque essa "falta de padronização" incomoda de ambos os lados: recrutadores e recrutados. Perda de dinheiro, perda de tempo, oportunidades desperdiçadas. E a culpa é de quem?
Perdoem-me os especialistas, mas a culpa pode ser do RH sim. Eles são os especialistas em recrutamento, não é mesmo? Sim e não. É claro que a obrigação de saber descrever a oportunidade, divulgar a vaga, entrevistar os candidatos adequadamente e selecionar os melhores e mais adequados é do RH, mas existem outras questões a serem avaliadas.
É tanta vaga pedindo gente com experiência em tudo e mais um pouco (e o pior, coisas que não são do perfil da vaga, ou que a empresa nunca vai precisar que a pessoa conheça efetivamente), que os candidatos acabam mentindo ou se desanimando.
Mas o responsável do recrutamento, em geral, não cria o perfil técnico da vaga, não émesmo? Alguém chega para um recrutador que não entende nada do ramo da empresa e diz: "Cara, eu preciso de mais gente, contrata aí o que tu achar melhor"? Não, com certeza não (se a sua empresa faz isso, talvez alguém precise de demissão ou tratamento psicológico por ai).
Primeiramente, os recrutadores precisam se inteirar das necessidades das empresas às quais ele atende. Sim, isso sim. Mas para que as coisas deem certo, o responsável técnico pela contratação deve comunicar ao recrutador exatamente o perfil de profissional que ele procura. Bom, então enfim tudo ficará bem? Não.
Eu já vi recrutamento de Analista de T.I. para quase todas as áreas (se não todas mesmo) da informática. Dai você manda currículo pra todas as vagas que aparecem e ninguém te chama. Ah, claro, não era o seu perfil que eles procuravam. Por quê? Você nem leu a descrição da vaga.
Título: "Analista de Sistemas Pleno". Descrição da vaga: experiência em helpdesk e suporte técnico ao Windows e pacote MS Office." Então, com um título e descrição assim será que os candidatos serão os mais adequados? Provavelmente não. E não só por que o título não seja o mais correto, afinal não existe um órgão regulador para a função de Analista de Sistemas. Os motivos principais são por não bater o título com a descrição da vaga e por uma descrição da vaga tão curta.
Por quê? Por que não é só as atribuições do cargo que importam para uma escolha correta do perfil ideal para cada oportunidade de trabalho. Deveriam ser avaliados diversos pontos só para a descrição acima:
- Tempo de experiência necessário;
- Nível de conhecimento (não adianta dizer Júnior e esperar uma pessoa com 5 anos de experiência, não é mesmo?);
- Faixa salarial compatível e benefícios disponíveis (isso filtra bastante o público-alvo);
- Forma de atuação (presencial, por telefone, no cliente, etc.);
- Quais versões do Windows e MS Office são atendidas.
Dentre outras muitas perguntas que poderiam ser feitas para o candidato antes de telefonar ou mandar e-mail agendando entrevista, e fazer o coitado atravessar a cidade pra dizer que não sabe fazer o que esperam dele.
Então são vários os fatores que façam que o dilema "analista x RH" ainda não tenha um final feliz. Mas já conseguimos elencar aqui algumas boas respostas.
Pode ser que todas essas coisas sejam um empecilho para o andamento da sua carreira. Talvez por isso tudo você não tenha conseguido uma nova oportunidade de trabalho e está precisando "apertar o cinto" para pagar as contas. Mas também pode ser que o problema seja o formato do seu currículo. É, a verdade é que no final, até você ser contratado, ninguém nunca sabe!

Por favor, mantenham os meus direitos autorais!

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Analista, a origem.

Por Neiva Nessi.

Pois é, voltamos ao ano de 1995. Lá estava eu passando pela rua e vi uma grande placa daquelas que chamamos outdoor onde tinha uma publicidade do novo Curso Superior de Ciência da Computação.
Acreditem, no início eu nem tinha ideia o que era isso. Mas minha intuição dizia que era o futuro para as minhas jovens 18 primaveras (soou poético isso, não?) e lá fui eu fazer a inscrição.
Eu só tinha cursinho de DOS e Windows, pessoal. Parece incrível, não é? Naquele momento eu não tinha a menor ideia do que era um programador ou analista ou engenheiro de software.
Era até engraçado. As turmas de 50 alunos eram 99% formada por homens, na maioria do tempo (isso dá outro bom artigo!). Mas fui aprendendo a me acostumar e fui gostando das matérias que ia aprendendo.
Sei lá se vocês vão entender, mas no início eu adorava abrir um "micro"! Depois aprendi a gostar de "Redes", até que uma professora má estragou tudo, hahaha! Então foi banco de dados, engenharia de software, etc.
Ah, desculpem! Esse blog não era pra ser sobre mim, né? Empolgações a parte, esse é um caminho que não foi trilhado só por mim. Muitos de nós, profissionais da T.I., iniciamos pela manutenção de computadores, alguns também não sabiam no que estavam se metendo quando começaram e muitos também não tinham endereço certo para chegada.
Naquela época, quando eu estava dentro da faculdade, não tínhamos muita ideia do que estava por vir, os avanços tecnológicos desses últimos 20 anos ou as reviravoltas nas nossas profissões.
Alguns de nós estávamos muito empolgados e outros muito temerosos dos rumos que as coisas iam tomar. A Inteligência Artificial era algo ainda bastante nebuloso (embora não seja algo tão novo vindo lá de 1956 conforme me contou a Wikipédia1) e automação e mecatrônica eram temas constantes nos nossos pesadelos.
Apesar disso, hoje temos uma gama muito grandes de papéis para um profissional da T.I. dentro dos projetos e, creiam em mim, há espaço para todos. Muito se esclareceu de lá pra cá e muito se complicou, também. Talvez seja uma sina nossa, dos nerds, complicar o que pode ser simplificado. (Ei, acho que isso dá um novo artigo também!)
Se você acha que já chegou no final da linha dentro da sua carreira na T.I., pode ter certeza que muita coisa nova ainda está por vir e você deve olhar o que o mercado de trabalho está procurando nos profissionais e se preciso for, redirecione sua carreira.
Agora... pra quem está começando e ainda não sabe muito bem o que quer fazer da vida na T.I., pode ter certeza que muita coisa nova ainda está por vir e dessa vez eu sugiro que não tente olhar o que o mercado de trabalho está procurando nos profissionais. Tente de tudo, aprenda bastante, escolha o que você gosta mais. Essa é a origem dos analistas dentro da T.I. e aposto que se você que leu este artigo até agora, é por que também se identificou dentro dessa história.

Por favor, mantenham os meus direitos autorais!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

O que é ser analista?

Por Neiva Nessi, por favor, mantenham os meus direitos autorais!

Diariamente vemos a vida "tecnológica" de quem escolheu carreira na T.I. se modificar. Com o advento das metodologias ágeis, muitos profissionais estão se perguntando sobre o seu lugar nessa nova estrutura de T.I., que pelo jeito, chegou para ficar.
Antes de começar a escrever este artigo, perguntei ao Google, e é claro, ele me respondeu. Diz ele que analista é: "que ou o que analisa."; que ou quem realiza análises (químicas, clínicas, etc.)." e "obsl. diz-se de ou pessoa versada em álgebra." (seja lá o que droga queira dizer " obsl "!)
Ele ainda tem outras definições, mas pra mim essas bastaram. Sim, se encaixa perfeitamente no meu trabalho.
Com toda a minha experiência como "Analista de sistemas", "Analista de requisitos", "Analista de Negócios" e "Analista de Processos", você deve estar se perguntando: Por que diabos ela ainda precisa de definição dessa palavra?
A dúvida cabe. E bem. Vejamos um pouco do meu papel atualmente:
1- conhecer, em linhas gerais, a necessidade do cliente, através do gerente de projetos e documentações existentes, para ter melhor entendimento e argumentação ao conversar com o cliente;
2- conversar com o cliente e entender as suas necessidades, desejos e principalmente, objetivos;
3- analisar, em detalhes, a situação atual do processo (informatizado ou não), sistema ou metodologias utilizadas pelo cliente;
4- analisar, em detalhes, os objetivos do cliente e como melhor alcançá-los, partindo da situação atual;
5- definir a melhor solução para que os objetivos do cliente sejam plenamente alcançados, seja criando, alterando ou implantando um sistema ou processo informatizado.
6- documentar a solução definida, em um nível de detalhe específico, de acordo com o meu papel no projeto: alto nível (se o meu papel neste projeto for somente analista de requisitos, processos ou negócios) ou em um nível mais baixo e próximo da tecnologia (se o meu papel neste projeto for analista de sistema ou ainda projetista). Em um artigo futuro, falaremos um pouco mais sobre essa parte.

É, você achava que o papel de analista era fácil? Bom, agora não parece tanto, não é? Você ainda tem dúvidas? Então vamos lá:
Atualmente existe uma grande tendência de confundir duas coisas bem diferentes: "Ágil" e "Sem Documentação". Em algumas empresas o que estou vendo é um terceiro elemento a essa confusão: o "de qualquer jeito, pra entregar rápido". Agora você está se sentindo mais em casa, não é mesmo?
Não, isso não é privilégio da sua empresa, ou de qualquer outra. Os clientes estão mais exigentes a cada dia e as necessidades econômicas estão nos fazendo inventar a cada dia "novos designs" para a pirâmide Qualidade x Tempo x Custo, tão bem conhecidas dos gerentes de projetos.
Com isso, tudo o que é supérfluo é descartado. Então, muitos cargos são extintos e pessoas são demitidas e entenda-se bem, diante da situação financeira global, é absolutamente normal.
Não preciso entrar em detalhes do que é importante ou não no ciclo de vida de um sistema, já tantas vezes descrito e documentado. O que eu quero instigar em vocês é um a pergunta básica sobre as 6 macro atividades do meu trabalho que eu descrevi acima: Quais dessas atividades podem ser suprimidas?
Eu não vou responder a essa pergunta por que eu escolhi trabalhar assim. Escolhi realizar essas tarefas e nessa ordem: conhecer, conversar, entender, analisar, definir e só depois documentar.
Então chegamos aqui com uma gama de novos assuntos que nem eu pensei que ia gerar! Nos próximos artigos conversaremos melhor sobre muitas dessas coisas.

Por agora, se já deixei você curioso, consegui cumprir meu papel de analista!
Este blog foi criado para divulgação de definições e esclarecimentos sobre a profissão de Tecnologia da Informação que se convencionou chamar de "Analista de ???", seja lá que tipo de analista de T.I. você for.
Venha aqui de vez em quando, pegue um café, leia, informe-se e quem sabe até se divirta.